Beijo A Mão que Me Condena, modinha composta pelo músico, instrumentista e professor Padre José Maurício Nunes Garcia (1767- 1830) dá título à obra de Pedro Razzante Vaccari, que problematiza os meios pelos quais a fortuna crítica referente ao legado do Padre pretendeu mascarar sua raça e a influência dela na trajetória intelectual e social de um dos mais destacados nomes da música brasileira, desenvolvida no seio da Corte oitocentista de D. João VI. Imbuído de estudo interdisciplinar, Vaccari aponta para a violência da prática sistemática do apagamento da raça negra como elemento constitutivo e protagonista da música nacional, em todas as esferas.