"Não há Wanderley que não beba; Albuquerque que não minta; Cavalcanti que não deva": é com esse dito do "folclore do povo rural" do Nordeste, registrado por Gilberto Freyre em seu Casa-Grande e Senzala, que Gabriel Ferreira Gurian nos convida a conhecer um pouco mais da trajetória dos Van der Ley nos trópicos sob um ângulo particular. Se na máxima popular esses "Wanderley" seriam reconhecidos pela alcunha e fama de beberrões – e endógamos –, Bebidas e bebedores no Brasil Holandês vem mostrar, a partir do minucioso estudo dos usos, aplicações e impressões sobre as bebidas inebriantes e seus consumidores, que as práticas socioculturais que ligaram portugueses, naturais da terra, escravizados e flamengos entre os anos de 1624 e 1654 guardariam doses, teores e sabores dos mais variados.
Ana Carolina de Carvalho Viotti, doutora em História e historiógrafa do Cedaph/Unesp