Um escrivão é contratado para copiar os textos de um escritório de advocacia. Entre as suas credenciais, destaca-se o fato de Bartleby ser "um estático jovem", uma figura palidamente asseada, lastimosamente respeitável, incuravelmente desolada". Todas essas características resultam em um lugar de destaque para Bartleby que passa a trabalhar na mesma sala do advogado, detrás de um biombo e de frente para uma janela que dá vistas para uma parede. Passados alguns dias, o advogado então convida o novo escrivão para cotejar alguns textos quando Bartleby dispara sua aniquiladora fórmula preferiria não. A partir daquele momento, o escrivão vê seu destino traçado. Assim se inicia o conto que vai terminar com a prisão e a morte do jovem escrevente. O conto dá ensejo a diversas leituras, das mais niilistas às mais revolucionárias. Em Bartleby e a fórmula, Thiago Vidal Ricardo investiga a fórmula bartlebyana preferiria não a fim de pensar saídas estéticas e éticas para a contemporaneidade. De braços dados com Agamben, Foucault e Deleuze, o vidente Bartleby é lançado em uma empreitada de enunciação e anunciação de um povo que falta.