Esta obra é o resultado de uma pesquisa que explora o modo como o policial militar exerce sua atividade policial e como são influenciados nas decisões que tomam. Para responder a essas questões importantes buscamos direção na teoria das representações sociais, que é a modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos e são sustentadas tanto por conhecimentos oriundos da experiência cotidiana como pelas reapropriações de significados historicamente consolidados. As representações sociais têm como uma de suas finalidades tornar familiar algo não familiar, isto é, classificar, categorizar e nomear novos acontecimentos e ideias com as quais não tínhamos tido contato anteriormente, possibilitando, assim, a compreensão e manipulação desses novos acontecimentos e ideias a partir de valores e teorias preexistentes e internalizados por nós e amplamente aceitas pela sociedade. Observar o cotidiano policial militar, caminhando pela teoria das representações sociais, fez desvendar situações problemáticas para as quais há muito tempo não havia respostas, a exemplo da vigilância predatória, mito das prisões, vidas descartáveis, gestão de ilegalismos e exaltação dos policiais que matam. Analisamos cada uma dessas categorias comparando com atuações, postagens e falas dos próprios policiais e concluímos que daí originam os procedimentos que eles entendem como eficientes no combate ao crime.