É o fio de uma história mais ampla e aqui chamamos de "retratos". São narrativas que transcendem o tempo e o espaço, conexões que dão vida e significado à história coletiva de uma comunidade. É um espaço com narrativas de lutas e perspectivas daqueles que ocupam estas terras, vozes frequentemente negligenciadas pela classe dirigente maranhense e brasileira.
Capturamos momentos históricos, retalhos entrelaçados da memória, recortes vívidos que compõem a história de São Manoel. Cada página é como um tecido bordado com experiências que se entrelaçam, formando o tecido da identidade coletiva desta comunidade.
São saberes ligados às formas de trabalho, à economia, aos conflitos agrários, à relação com a terra e o babaçu. Os "retratos" tratam de um período pouco explorado da história do Maranhão, recuperando fatos importantes para entender o contexto do estado, em uma região onde há uma reação coletiva dos trabalhadores.
É uma experiência ontológica espacial, com organização na dimensão da disputa e do conflito para a defesa de uma existência própria e comunitária, que também pode ser vista como uma disputa para continuar existindo como camponeses, como quebradeiras de coco babaçu.
Este livro é construído a partir de um conhecimento socialmente referendado. Estas lutas e memórias podem ser consideradas um movimento político que educa e fortalece a relação com o território e a formação de identidade, sem desviar das questões locais ou dos problemas agrários brasileiros em curso.