O livro "Avoar" abarca as três dramaturgias vencedoras do II Concurso Nacional de Dramaturgia Flávio Migliaccio na categoria para a infância.
A peça de Paulo César Moura, "A avó que voa" é um convite à reflexão sobre a velhice e a forma como encaramos a vida. Sobre a coragem que temos (ou não) de experimentar os nossos desejos e de ir atrás de nossos sonhos. E esse é o contive que o autor nos faz: vamos voar junto com essa querida avó?
"Girafa não serve pra nada", de José Carlos Aragão, é, como disse Luciana Comin, um convite à ludicidade. Há nele a proposta de um jogo para que o público possa acessar o seu baú de memórias. Um adulto entra em cena, revirando antigos arquivos e, ao encontrar as memórias da infância, vira um menino. Na construção da peça o pedido é para que se deixe de lado a razão e que se experimente ver o mundo com os olhos de novidade, de poesia.
A dramaturgia "O sumiço do galinho Qui ri qui qui", permeada pelo uso de músicas de domínio popular, nos apresenta Sofia, uma pequena e inteligente garotinha que está angustiada, pois perdeu seu galinho Qui ri qui qui. Esse galinho é o símbolo que a unia à avó e aos pais que partiram e ela não pôde conhecer. Perder o galinho é perder a família outra vez, é o início e o fim de um processo de luto tão significativo. Diante dessa nova perda, Sofia se sente impelida a sair em busca de seu galinho e segue sozinha e corajosa nessa aventura que será, na verdade, um sutil convite a crescer e se autoconhecer.