As características da Caatinga, um bioma único, exclusivamente brasileiro e com grande diversidade de espécies animais, oferecem condições epidemiológicas únicas que requerem atenção em circunstâncias diferentes das de outras regiões do Brasil e do mundo. Por isso, essas particularidades devem ser analisadas em conjunto com a epidemiologia da leptospirose. Estudos na região semiárida mostraram que mesmo durante longos períodos de seca, a doença tem notável frequência nos rebanhos da região. Isso leva a destacar o papel das infecções adaptadas, nas quais seu agente utiliza vias alternativas de transmissão direta e, portanto, sofre menos interferência das adversidades ambientais. Neste contexto, não há dúvidas de que para avançar sobre o tema leptospirose animal é necessária a condução de trabalhos mais abrangentes envolvendo animais de produção e silvestres no sentido de elucidar aspectos epidemiológicos nessas populações. Isto é particularmente importante no semiárido brasileiro, caracterizado por poucas chuvas e altas temperaturas, associado às peculiaridades da vegetação existente. O grupo de pesquisa em Doenças Transmissíveis, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), destacando-se ao longo dos anos nas pesquisas com leptospirose animal, especialmente no que diz respeito à pesquisa de vias alternativas de transmissão de leptospiras em condições semiáridas.