Como se desenvolve a avaliação escolar de jovens presos para cumprimento de medida socioeducativa? Quais as implicações dessa prática para a conquista de aprendizagens que possibilitem aos socioeducandos interpretar o mundo e nele viver buscando torná-lo mais humano e solidário? Avaliação e socioeducação: desafios e perspectivas na escolarização de jovens em conflito com a lei discute questões como essas, contribuindo para o debate em torno da escolarização de jovens que se encontram em situação de privação de liberdade. Aspectos como o mau uso do tempo destinado ao trabalho desenvolvido junto aos socioeducandos, a preponderância da segurança sobre a educação e a desarticulação entre o trabalho escolar e o dos demais setores da Unidade de Internação são apontados na obra, como capazes de comprometer a avaliação e o trabalho pedagógico desenvolvidos em contextos de clausura. A influência da avaliação escolar sobre as decisões judiciais e dessas decisões sobre as avaliações desenvolvidas junto a estudantes reclusos por cometimento de ato infracional, indicam a existência, nesse contexto, de um quarto nível avaliativo, marcando o ineditismo da obra. Espaços-tempos coletivos que viabilizem formas dialógicas e democráticas de participação são apresentados como alternativas necessárias, não só para a articulação dos níveis em que a avaliação acontece, mas também para a instauração de uma política educacional intersetorial que possibilite pensar e desenvolver conjuntamente o processo ressocializador dos jovens internos, o que inclui rever o modo condescendente de avaliar, que extrai dessa prática o caráter classificatório, mas não o excludente.