AUTOMATIZANDO O ERRO não é um livro sobre tecnologia. É um livro sobre decisões humanas que foram escondidas atrás dela. Ao longo das últimas décadas, organizações aprenderam a automatizar processos sem, antes, questioná-los. Sistemas foram criados para aliviar tensões, evitar conflitos, legitimar escolhas mal resolvidas e dar aparência de controle a estruturas frágeis. O resultado não foi a eliminação do erro — foi a sua padronização, escala e institucionalização. Esta obra percorre, com profundidade crítica e linguagem direta, o caminho invisível que transforma processos improvisados em regras oficiais, regras em sistemas e sistemas em autoridades incontestáveis. Mostra como a ideia de neutralidade tecnológica é um mito conveniente, como a tecnologia passa a decidir pelas pessoas sem que ninguém assuma essa decisão e como problemas humanos são sistematicamente disfarçados de limitações técnicas. Na segunda parte, o livro mergulha no fator humano que sustenta — e adoece — os processos: o egocentrismo funcional, a dependência silenciosa dos "excêntricos" que mantêm tudo funcionando, a empatia sem limites que desorganiza estruturas e o uso do medo e do poder na construção de requisitos. Aqui, o leitor reconhece situações que já viveu, mesmo que nunca tenha conseguido nomeá-las. Em seguida, a obra reposiciona o analista de negócios, processos e sistemas como eixo de equilíbrio organizacional. Não como tradutor passivo de demandas, mas como agente ético capaz de separar pess