O presente livro aborda os delitos de colarinho branco, observando as técnicas de neutralização comumente empregadas pelos agentes deste tipo de crime na busca de aceitação ou tolerância social de sua prática. Num primeiro momento, traz uma definição do que são os crimes de colarinho branco, quem são os seus agentes, quais as teorias criminais que abordaram esse tema e o que são as técnicas de neutralização estudadas pela criminologia. Após, realiza uma análise da contribuição da neurociência para a compreensão dos comportamentos humanos frente a situações que confrontem a honestidade, a moralidade e a empatia. Busca entender se a afronta aos princípios morais e éticos é uma característica apenas de indivíduos que têm na prática de crimes de colarinho branco um modo de vida ou se qualquer pessoa é capaz de condutas entendidas como desonestas e ilícitas. Num terceiro momento, foca na cultura da transgressão às normas que é disseminada no Brasil, apontando questões sociais e históricas que possam facilitar a tolerância a tais comportamentos. Por fim, analisa discursos proferidos por pessoas a quem foi imputada a prática de crime de colarinho branco ditos em depoimentos prestados e em entrevistas concedidas, nos quais admitem o cometimento dos delitos; contudo, buscam neutralizar seus atos, apresentando justificativas com o intento de que sejam compreendidos pela sociedade.