Há, na literatura apócrifa, um ciclo chamado de Pilatos, com vários textos que falam da descida de Cristo ao Inferno, da Ressurreição e dos fatos ocorridos na vida de Pilatos, Herodes e Tibério depois da Crucificação. Todos foram escritos durante os séculos I e II, mas podem ter sofrido acréscimo e mutilações. Este conjunto de informações fazem parte do que convencionou chamar de Atos de Pilatos, importante personagem dos relatos do Novo Testamento. Para uns Pilatos foi na contramão dos costumes romanos em se interessar tanto por Jesus que desejou muito não o condenar como os fariseus e publicanos desejavam, chegando mesmo a se colocar em posição política conflituosa ao oferecer a escolha de soltura de Barrabás, árduo inimigo do império, agitador e revolucionário político ou de Jesus, o filho do carpinteiro que curava e ensinava. Para outros, desde sempre, Pilatos é apenas mais um dos vilões do Novo Testamento. Foi o quinto Procurador/Imperador da Judeia de 26 a 36 d. C. designado pelo Imperador romano Tibério (Lucas 13:1). Exerceu por um longo período que abrangeu a vida de João Batista e Jesus, teve muitas desavenças com os judeus. Em duas ocasiões ofendeu-os gravemente, interferindo em seus costumes e usos religiosos. Certa vez, introduziu insígnias militares na Cidade Santa com imagem de Tibério, embora sabedor que a imagem esculpida constituía uma ofensa aos judeus. Em outra ocasião, apropriou-se do dinheiro do Templo para financiar obras públicas como um aqueduto para Jerusalém. Essas medidas quase terminaram com uma grande revolta popular. Declarou quatro vezes em público a inocência de Cristo Jesus e, por fim, "lavou as mãos". Lógico, como textos apócrifos não são de todo reconhecidos e nem mesmo podem ter a mesma autoria e datação, todavia, cabe ao digno leitor fazer sua leitura, seus estudos e definir o que possa tirar de utilidade e aprendizado.