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Assombrações do Recife Velho

Assombrações do Recife Velho

Sinopse

Publicada pela primeira vez em 1955, Assombrações do Recife Velho é uma obra literária instigante, dedicada inteiramente ao tema do sobrenatural no passado da cidade. Trata-se de um livro no qual Gilberto Freyre transbordou seu dom literário ao reunir histórias de assombração, resultado de vinte anos de seu interesse pelos fantasmas que assombram a capital pernambucana. Assombrações do Recife Velho traz 27 histórias do outro mundo, com seus devidos personagens, e apresenta um interessante e sinistro inventário de doze casarões e prédios assombrados, inclusive do Teatro Santa Isabel, uma das preciosidades arquitetônicas da cidade, construído no século XIX, obra do arquiteto francês Louis Léger Vauthier. Segundo Gilberto Freyre, no Santa Isabel, "em noites burocraticamente silenciosas se ouve no recinto ruídos de aplausos, palmas, gritos entusiasmados, uma multidão apenas psíquica". A obra denota uma forma de versar particularidades locais, na perspectiva do que hoje está bem próximo ao que podemos chamar de histórias do imaginário. O livro traz ainda as magníficas ilustrações de Poty, renomado artista curitibano que fez desenhos e pinturas para livros de Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz. Sem querer enveredar por uma sociologia do sobrenatural, como o próprio sociólogo um dia esclareceu, a obra é uma contribuição à história íntima da cidade do Recife, vista por um ângulo até então nunca explorado.

Autor

Nasceu no Recife (PE), em 1900. Iniciou seus estudos no Colégio Americano Gilreath e completou a sua formação nos Estados Unidos, onde frequentou as universidades de Baylor (Texas) e Colúmbia (Nova York). Retornou ao Recife em 1923, passando a exercer diversas atividades no âmbito da cultura e do ensino no Brasil e no exterior. Ocupou o cargo de deputado federal (entre 1946-1950), quando criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Dedicou-se aos estudos sobre cultura e sociedade brasileiras, organizou congressos e realizou diversas conferências. Fez carreira acadêmica, de artista plástico, jornalista e cartunista no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Manteve, porém, uma grande ligação com Pernambuco, em especial Olinda e Recife. Com o livro Casa-Grande & Senzala, publicado em 1933, Gilberto Freyre revolucionou a historiografia. Ao invés do registro cronológico de guerras e reinados, ele passou a estudar o cotidiano por meio da história oral, documentos pessoais, manuscritos de arquivos públicos e privados, anúncios de jornais e outras fontes até então ignoradas. Usou também seus conhecimentos de antropologia e sociologia para interpretar fatos de forma inovadora. Freyre recebeu diversas homenagens. Entre elas, em 1962, o desfile da escola de samba Mangueira, com enredo inspirado em Casa-grande & Senzala. Foi doutor pelas Universidades de Paris (Sorbonne, França), Colúmbia (Estados Unidos), Coimbra (Portugal), Sussex (Inglaterra) e Münster (Alemanha). Em 1971, a rainha Elizabeth 2ª lhe conferiu o título de Sir (Cavaleiro do Império Britânico). Seu livro Casa-grande & Senzala está entre as obras essenciais para o entendimento da identidade brasileira. Freyre faleceu em 1987, aos 87 anos.