Vários foram os sinais vermelhos sobre o futuro desastroso do planeta, caso a biodiversidade não fosse preservada. Dois exemplos de movimentos nesse sentido foram a Rio-92, evento histórico que reuniu líderes de governos, organizações não governamentais (ONGs) e representantes da sociedade civil de todo o mundo para discutir questões ambientais e de desenvolvimento sustentável, assim como o livro A Primavera Silenciosa, marco na história da ecologia e do movimento ambiental, publicado em 1962 pela bióloga norte-americana Rachel Carson, que revelou os perigos dos pesticidas e seus impactos no meio ambiente. Mas o que mudou nesses quase 61 anos? Atualmente sabemos muito mais sobre os impactos negativos do avanço descontrolado da agricultura intensiva, mas pouco foi feito a respeito.
Partindo de um alerta perturbador feito pelas Nações Unidas em 2014 – o de que os solos cultiváveis do mundo podem se esgotar em um período de 60 anos –, Philip Lymbery, presidente do Eurogroup for Animals e autor internacionalmente aclamado, percorre os bastidores do grande agronegócio em vários pontos do mundo, revelando como a pressão sobre os solos constitui uma séria ameaça à nossa sobrevivência.
Do Reino Unido à China, do Brasil aos Estados Unidos, Philip vai aos bastidores da agricultura industrial e confronta a Big Agriculture, onde megafazendas, produtos químicos e animais enjaulados estão varrendo o campo e colocando em risco o ar que respiramos, a água que bebemos e os alimentos que comemos. Mas o que fazer para alimentar 8 bilhões de pessoas sem avançar mais com a agricultura intensiva tradicional? Quais os riscos para a vida, caso as grandes florestas tropicais, como a Floresta Amazônica, desapareçam do mapa devido ao avanço do desmatamento? Essas e outras questões são respondidas em As Últimas Colheitas, em que o autor encontra esperanças nas práticas de pioneiros que estão repensando os métodos agrícolas, redescobrindo as técnicas tradicionais e desenvolvendo tecnologias para alimentar uma população global em constante expansão, porém tendo em vista a preservação do planeta para as gerações futuras.