Neste livro, personagens incomuns — e mais o narrador, que se intromete a todo minuto na história — vivem aventuras incomuns. Josianinho encolhe quando pronuncia palavras com Cs cedilhas; Tia Anacleta está sempre com um olho fechado e o outro aberto; há formigas que cantam "Eu fui a Itororó, beber água, não achei"; Austro, pianista, foi ovacionado seguidamente por mais de dez dias; Otacília embarcou num balão indirigível e virou lixo espacial.
As últimas notícias de um país andino é um livro de irrealismo fantástico. O que é isso? Seu autor explica:
"Irrealismo fantástico, tal como o pratico, se bem ou mal, não me cabe dizer, é um tipo de literatura que ignora os fatos, a lógica, a plausibilidade, as leis da Ciência, a Matemática, os ditames do politicamente correto ou da ideologia identitária, os modismos atuais e o senso comum. Que não é política, econômica, psicológica ou histórica. Nem engajada, muito menos. Submete-se apenas aos cânones do bem escrever e do humor inteligente, com um traço de ironia e sarcasmo. Se é muito ou pouco, se inventei um novo estilo ou apenas macaqueio inconscientemente algum escritor já falecido, não sei, nem quero saber. Para que serve esse tipo de literatura, menos ainda."