As Primaveras, de Casimiro de Abreu, único livro do poeta publicado em vida, foi impresso em1859 pela Typographia de Paula Brito, a mesma em que Machado de Assis trabalharia e iniciaria sua carreira.
O patriotismo de seus poemas está relacionado ao esforço de consolidação da Independência, que contagiou os escritores brasileiros até o fim do século XIX. A idealização amorosa e o sentimento da morte empregados por ele são motivos literários típicos das Segunda Geração romântica, muito influenciada por dois poetas europeus: o inglês Lord Byron e o francês Musset, citado por Casimiro em As Primaveras. Todavia Casimiro de Abreu não chegou aos extremos do pessimismo e do elogio à boêmia como Álvares de Azevedo, seu colega de geração, radicalmente byroniano – bem ao contrário, prezou e cantou em seus poemas o ambiente do lar, o aconchego da família o amor materno.
Sintomático desse seu particularíssimo lugar na Segunda Geração é o apreço manifesto a Victor Hugo, cognominado Poeta de França, inspirador principal não da Segunda, mas da Terceira Geração romântica, revolucionária, republicana e abolicionista, sendo mesmo surpreendente que Casimiro dedique em As Primaveras um poema a D. Pedro II, imperador do Brasil, e cite nada menos de seis vezes Victor Hugo, revolucionário e abertamente defensor da República.