O historiador Adolfo Veiller Souza Henriques analisa os discursos pedagógicos sobre a aids publicados no jornal Nós Por Exemplo no período de 1991 a 1995. As notícias publicadas no referido jornal continham orientações para os leitores acerca do sexo seguro, como também informações sobre a doença. Esses discursos se configuravam como práticas educativas a partir do momento em que buscavam promover entre os leitores do jornal hábitos higiênicos pautados pelo saber médico a respeito do tema. Para tanto, inspirado nos modos de fazer história possibilitados pela História Cultural, o autor se apropria dos conceitos de "biopolítica" de Michel Foucault (1988), de "sensibilidades" a partir dos escritos de Sandra Pesavento (2007), de "doença" de acordo com Jacques Le Goff (1985), "doença" como metáfora conforme Susan Sontag (2007) e "estigma" de acordo com Erving Goffman (2013). Metodologicamente, apoia-se em Michel Foucault (2014) para operar a análise do discurso, problematizando os discursos pedagógicos sobre a aids publicados no impresso no recorte em análise. O autor revela que, por se tratar de um periódico voltado para o público gay, existia um interesse de desenvolver um cuidado de si nesse público por meio da promoção da vida, uma biopolítica.