Esta pesquisa retrata os limites e as ações coordenadas pela Confederação Operária Brasileira e as suas peculiaridades no seio do movimento operário brasileiro durante a Primeira República. Idealizada por intelectuais e líderes operários, esta central sindical funcionou como órgão aglutinador da intelectualidade que se identificava com a causa operária, denominada por eles como a questão social. Fundada em abril de 1906, durante o primeiro Congresso Operário Brasileiro, a Confederação Operária Brasileira passou a funcionar efetivamente a partir de 1908, na então capital do país, no Rio de Janeiro. Essa central sindical buscou formar, através dos seus aparelhos ideológicos, além da chamada consciência operária libertária, o que eles denominavam de homem novo anarquista. Em suma, um arquétipo de um modelo libertário europeu, totalmente alheio à nossa condição cultural, com uma classe operária fortemente marcada por uma economia moral contrarrevolucionária e influenciada pela religiosidade cristã, em suas várias vertentes: católica, protestante e espírita. O resultado final deste trabalho é o mesmo que E. P. Thompson e Perry Anderson chegaram ao analisar a classe operária inglesa, isto é, de que ela não possui um perfil revolucionário.