Já não é novidade que as "novas direitas", representadas por figuras tão diversas como Jair Bolsonaro, Javier Milei, Donald Trump e Santiago Abascal, apresentam uma significativa articulação global. Nesse contexto, observa-se uma ampla constelação de entidades transnacionais, como ONGs, think tanks e fundações privadas, cuja existência não raro precede à emergência das novas mobilizações direitistas, mas que todavia mantêm graus variados de cooperação com elas. O presente estudo de caso, centrado na ONG estadunidense Students for Liberty (SFL) – dedicada à formação e treinamento de ativistas universitários pró-mercado – evidencia a multiplicidade de formas pelas quais "atores não estatais" associados às novas direitas agem na política global contemporânea. O livro trata da criação do SFL nos EUA em 2008, passando pelo seu processo de transnacionalização e chegada ao Brasil. O livro foca sobretudo o papel do SFL na profissionalização de quadros para a política partidária, no apoio à criação de movimentos sociais, na contribuição à formulação e implementação de políticas públicas, bem como no estabelecimento de projetos sociais em parceria com o poder público. Busca-se demonstrar, desse modo, como entidades do tipo do SFL atuam em capacidades mais diversas do que meras "promotoras" de ideias, exibindo um fazer político particular que evidencia as transmutações do neoliberalismo na presente conjuntura histórica.