O livro de Alice Marinho tem como alvo vivências de gestantes de risco genético durante a consulta de diagnóstico pré-natal em uma maternidade pública no Rio de Janeiro. Resulta de uma investigação com o objetivo de compreender o impacto psicológico e o significado cultural de risco genético, de gravidez e maternidade diante das novas tecnologias de diagnóstico disponibilizadas pela genética médica. O livro faz uma análise, na perspectiva da gestante e do especialista, do advento do diagnóstico genético pré-natal no início da era Pós-Genômica no Brasil e mostra que a clínica do aconselhamento genético pré-natal é um espaço/tempo interdisciplinar, no qual o saber psicológico se impõe em cada fase do processo como um elemento fundamental e que o contexto socioantropológico influencia decisivamente nas escolhas das gestantes. As novas biotecnologias e o fator cognitivo, isto é, o conhecimento intelectual das informações médicas recebidas durante a consulta médica, não são suficientes para promover a eficácia do processo de diagnóstico. E, finalmente, a autonomia, proposta central da abordagem não diretiva do aconselhamento genético no pré-natal, fica comprometida na ausência de efetivo suporte emocional, social e legal às decisões da gestante.