Quando crianças sonhamos em fazer grandes coisas, daí a vida adulta chega e de algum modo parece que, independentemente do esforço, nunca estamos satisfeitos com os nossos feitos. A verdade é que quanto mais o tempo passa, mais distraídos ficamos. E se você se desse conta de todas as coisas que faz, que valor isso teria para você? Ouvir todos os dias como pequenos movimentos e insights que à primeira vista seriam vistos como ordinários são capazes de transformar nossa percepção sobre nós mesmos e sobre o mundo fez a autora se interessar cada vez mais pelo aprofundamento no tema. As coisas que eu fiz quando pensei não estar fazendo nada é um livro cheio de nadas importantíssimos e que levaram a autora para o lugar onde ela se encontra hoje. Lugar esse onde todas as outras pessoas também se encontram, ainda que de modo subjetivo: o aqui-agora. O livro apresenta uma questão simples: O que você diria sobre as coisas que faz se tivesse tempo para pensar sobre elas? Ou melhor, como você lidaria com as afetações que seus pensamentos trariam? Também, a ideia de que é possível sentir a vida fora dos extremos, em sua ordinária simplicidade, se vendo não apenas dos melhores ou piores ângulos, mas de lugares mornos. Onde a espera também produz movimento e a vida é muito mais do que os territórios que conquistamos além de nossas fronteiras, porque a verdade é que a vida exige que ocupemos nosso próprio território como meio de validar nossa existência. Distraídos de nós mesmos, o quão longe podemos chegar? Uma leitura para ser feita sem pressa, com o objetivo de ser transformada pelo leitor em algo particular, se tornando uma coletânea de novos momentos e insights que, assim como o conteúdo do livro, escolheu o momento mais trivial em busca de torná-lo memorável.