O quanto de resiliência, de insistência e de fé é necessário antes que a vitória, o resgate ou a restauração? Começamos por ler o texto dramático de Jó para refletirmos sobre as diferenças entre o sofrimento do justo e a transitoriedade humana. Humanidade e divindade como referência para aquisição dos códigos que trazem o texto bíblico, onde cada um deve buscar sua própria interpretação e interesse, considerando, é claro, que tomamos a Bíblia Sagrada e aceitando as traduções dos originais através das versões que chegaram no Ocidente. O Livro de Jó é uma composição literária intimamente ligada ao gênero dramático, cujo enredo nos é apresentado na introdução e conclusão em prosa, que enquadra um longo poema dialógico. Ele (Jó) percebe que é justo, mas que não agiu com sinceridade suficiente e pretendia investigar os propósitos de Deus. Cabe ao homem humilhar-se em sua presença com paciência e esperança, sem querer revelar os misteriosos desígnios do Criador. Há uma alusão ao deserto, o cenário que vem a mente é mesmo de uma região geográfica árida, ao contrário do texto bíblico, que não especifica um local. No entanto, essa primeira impressão pode dar lugar a um sentido figurativo, e o deserto seria, então, a angustiante situação do homem ao tentar explicar sua condição no mundo, acentuada por causa do sofrimento: situação extrema; por cuja representação do homem de fé Jó que é levado ao fim, pois o sofredor é um homem justo e ainda assim, submetido ao drama físico, social e moral. Qual é o princípio básico do texto bíblico? A irrefutável existência de Deus. Esta seria a resposta.