O presente trabalho indaga sobre que mulher é essa, que tenta se inscrever no campo da masculinidade, com um discurso completamente distinto do histérico reivindicativo de um desejo insatisfeito, que era hegemônico no tempo de Freud. É uma mulher que chega a afirmar não desejar, de acordo com as vinhetas clínicas, só querer: o útil, o necessário.
A partir dessa problemática, questionam-se as peculiaridades estruturais da neurose obsessiva na mulher, através da teoria freudiana e lacaniana. Desse modo, o trabalho se norteou através de quatro objetivos: o primeiro foi de fazer uma releitura histórica sobre a diferença sexual e o lugar da mulher na sociedade ocidental; o segundo foi de construir uma síntese sobre o conceito de feminilidade em Freud e Lacan; o terceiro foi de abordar os principais casos debatidos de neurose obsessiva na mulher por Freud e Lacan; o quarto foi analisar dois estudos de caso da literatura e sua relação com a neurótica obsessiva.
O percurso metodológico utilizado foi a revisão da literatura pertinente ao tema e o uso de vinhetas clínicas, que visam a uma discussão teórica e clínica acerca da estrutura da neurose obsessiva na mulher, à luz da psicanálise, da mitologia grega e da literatura.
Conclui-se o trabalho indagando à neurótica obsessiva: o que é ser uma mulher? Possivelmente, sua resposta seria: é ser sustentada por um significante fálico e o quanto a marca de feminilidade em seu corpo é antagônica.