"AS AVENTURAS DE NINA, A ELEFANTA ESQUISITA" traz ao público a questão do preconceito e das diferenças individuais como elementos motivadores e desencadeadores desta história. O sofrimento e a angústia inerente ao conflito interno de quem não se aceita como é são os temas básicos deste romance infanto/juvenil. Numa época distante, a elefanta Nina, adotada por um casal de capivaras - Capa e Capero - sente-se diferente de todos os animais da mata por ser a única paquiderme ali existente. Nada sabendo sobre sua origem e importância no reino animal, é constantemente menosprezada e vítima de bullyng pelos macacos, por possuir uma parte anatômica diferente de todos com quem convivia: a tromba. Os símios, "combinando entre si, condenavam-na à 'inexistência', ou à 'invisibilidade'. Ignoravam-na! Chamavam-na de "esquisita"! Afirmavam até que ela era perigosa...". Maltratada e isolada, o sonho de Nina é livrar-se daquilo que acredita ser a razão de sua infelicidade: sua bela e exuberante tromba. Apenas a raposa Baguncita e o jacaré Teco-Teco a aceitam como é e a encorajam para a vida e para a própria aceitação de si mesma. Com linguagem ágil e fluente, o romance retrata as dificuldades do pré-adolescente em aceitar-se tanto diante de si como diante do grupo, traduzindo a idéia de que a natureza é perfeita. E, se tentamos alterar a ordem natural das coisas, - por puro egoísmo ou hedonismo - mexemos com forças perigosas, para o bem ou para o mal.