Árvore dos encantados é um romance em versos e rimas, inspirados nos poemas de cordel. Nele, a história de toda a humanidade pode ser sentida por meio da marcha solene de Laurêncio, que desfila carregando suas dores neste picadeiro de fogo que é o árido sertão brasileiro. Um cortejo universal, no qual Laurêncio não segue só. Ele caminha acompanhado por personagens circenses, por figuras que repercutem o cântico do narrador e dançam guiados pelo ritmo dos seus malabares.
Laurêncio, dono de uma grande fortuna, usou e abusou de tudo o que o dinheiro poderia comprar. Chegou ao ponto de fazer mau uso das pessoas. Como só se perde aquilo que é, ou melhor, aquilo que se julga ser seu, Laurêncio foi perdendo, passo a passo, tudo e todos até que ficou sozinho, sem nada e sem ter como poder colocar a culpa da sua tragédia nas mãos de Deus ou do destino, pois tudo que lhe ocorreu foi o resultado das suas ações, ignorando que "toda causa tem seu efeito, que todo efeito tem sua causa".
É assim que sua história tem algo de essencial e comum com todas as peças que foram, são ou serão encenadas sobre o palco da vida. Quem nunca viveu uma paz que foi interrompida pelas consequências de um ato irrefletido? Depois do paraíso perdido, a única coisa que se quer é regressar. Para isso, faz-se necessário o mérito. A história em Árvores dos encantados é sobre o infinito desejo de redenção.