A velocidade acelerada com que novas aplicações de inteligência artificial são hoje realizadas é fruto do potencial já observado nessas tecnologias por diferentes interesses ao longo do tempo, seja na ficção literária, nas Revoluções Industriais ou nas Guerras Mundiais. Essa corrida por aplicações é acompanhada, porém, de uma visão menos crítica quanto ao que as tecnologias são realmente capazes de fazer, e a inteligência artificial existente hoje é apenas um grupo de possibilidades dentre outras que, por motivos diversos, não foram exploradas. Os estudos de Piaget sobre inteligência combinados às perspectivas de Russell e Norvig sobre IA traçam um campo inicial de análise, que nos permite assumir um rigor interdisciplinar sobre o que se trata a inteligência, e a partir daí podemos ponderar, dentro da psicologia social, sobre o passado e o futuro da IA. Quando nos deparamos com o funcionamento dessas tecnologias e seu desenvolvimento ao longo do tempo, podemos identificar quais forças direcionaram sua trajetividade, reconhecer suas limitações e ter uma classificação mais nítida sobre os cenários em que podem ser aplicadas e quais pontos de atenção são necessários em cada um desses cenários.