Trancado num quarto-forte da então Colônia Juliano Moreira, hospício carioca, Arthur Bispo do Rosario criou, ao longo de 50 anos, um mundo novo. Miniaturas, mantos, estandartes brotaram de suas mãos, ganharam cor, deram um novo sentido à sucata do asilo psiquiátrico. Para Bispo, tratava-se de uma obra ditada por anjos, para ser apresentada a Deus no Juízo Final. Para vários críticos, no entanto, era pura arte.
Premiado com o Jabuti na categoria reportagem em 1997, Arthur Bispo do Rosario – O senhor do labirinto tornou-se referência ao abordar a delicada questão do tratamento de usuários de serviços de saúde mental e a relação íntima entre loucura e criação artística, a partir da vida e obra desse sergipano descendente de escravos.
Com uma narrativa fluente, herdada da carreira jornalística da autora, e um enriquecedor encarte de fotografias,o título foi a primeira biografia de Bispo do Rosario e mantém-se como uma das principais fontes de pesquisa sobre o artista. Arthur Bispo do Rosario – O senhor do labirinto foi adaptado para o cinema e deu origem ao filme homônimo de Geraldo Motta, com roteiro da autora e do diretor.