Não é difícil perceber em nós mesmos quão intensamente somos impactados pelos ambientes que frequentamos e visitamos. Muito mais difícil, contudo, é compreender tais impactos no nível de nossa subjetividade e o quanto podem influenciar nosso bem (ou mal) estar psíquico. O espaço construído, ao ser entendido como algo que se reflete em nossa forma de agir, sentir e pensar, é um elemento importante de nossa constituição como sujeitos individuais e sociais. Grosso modo, essa é a base da argumentação arguta e profunda que Lucy Huskinson desenvolve nesse ensaio, trazendo uma visão bastante ampla do fenômeno, a partir dos grandes psicanalistas e arquitetos contemporâneos, elaborando uma crítica contundente ao fazer arquitetônico ao mesmo tempo que elabora um paralelo lúcido entre o corpo e o espaço do habitar humano, mediados pela psicanálise.