Arquitertúlia é uma palavra que já nasceu, mas ainda não viu a luz. É uma mistura de grego com castelhano: Arquitetura, que vem do grego Architekton, e Tertúlia, que deriva de tertulia, da língua espanhola. Segundo Doederlein, arquitetura é música petrificada, e de acordo com o Veríssimo, é a primeira escolha de quem sabe que precisa ter uma profissão séria, mas também não precisa ser tão séria assim. A tertúlia é uma reunião de amigos, para confraternizar, para discussões de cunho literário, ou para empreender alguma ação em conjunto. Um mutirão, por exemplo.
As vinte e cinco histórias de humor aqui reunidas abordam a mesma temática, ou seja, a obra (não a obra-prima, mas a obra a prumo) que é levantada ou discutida, enquanto a ação decorre. Esta obra, ora é o motivo da encrenca, ora é um projeto de arquitetura para futura encrenca, ora é um serviço de engenharia causador de encrenca. Quando a construção ou reforma não está protagonizando, ela faz parte do coro, pela opinião dos operários que a executam. A tertúlia é um jeito vacinado de se reunirem para construir juntos, ou divergir. Da discussão, dizem os eletricistas, nasce a luz.