Neste estudo, o arquiteto e arqueólogo João Carlos Nara Júnior nos oferece uma abordagem polissêmica da arte sacra do Brasil Colonial. Passamos a conhecer em detalhe a matriz de Santa Rita de Cássia em suas dimensões setecentistas e nas especificidades de sua arte rococó. Trata-se de uma das igrejas mais antigas do Rio de Janeiro, em que foram batizados e sepultados tanto nobres e fazendeiros do recôncavo da Guanabara quanto milhares de africanos que desembarcavam e logo seguiam para as Minas Gerais.
Através da sua decoração em talha de madeira, de suas pinturas e imagens, o autor explora os sentidos da reflexão arqueológica sobre as paisagens, a arte e as simbologia cristã colonial. Encravada no centro histórico da cidade, a igreja de Santa Rita tanto resiste como se impõe enquanto espaço material e imaterial de memórias, símbolos e consagrações.
Flávio Gomes — Instituto de História, UFRJ