Cenas de violência são cada vez mais comuns no futebol e acabam por depreciar o fenômeno esportivo. Responsabilizar os autores desses lamentáveis fatos não é tarefa fácil, assim como identificar os culpados ou os fatores que levaram a isso. De alguma maneira, tem sido atribuído à equipe de arbitragem o papel de contenção da violência dentro e fora do campo, ou seja, dentro das quatro linhas e nos seus arredores, como nas arquibancadas e nas ruas que circundam o estádio. Diante disso, esta pesquisa teve como objetivo analisar o modo como os próprios árbitros compreendem este papel que lhes é atribuído, destacando a sua responsabilidade enquanto administradores das regras do jogo e principalmente sua participação em coibir a violência. E foi possível concluir, baseando-se nos depoimentos coletados, que a violência no futebol está relacionada à violência presente na sociedade brasileira. Assim como a mídia tem a sua parcela nessa responsabilidade, uma vez que se trata de um meio de formação de opiniões, e acaba às vezes por distorcê-las e reportá-las de formas equivocadas, além de inflamar situações desnecessárias. Ideal seria se a mídia e a arbitragem pudessem caminhar para um só destino, com finalidades em comum.