Através de uma perspectiva histórica, analisa o fenômeno da expansão evangélica no Brasil, observada no início do século XXI, e as estratégias utilizadas no proselitismo, buscando compreender se a expansão dos segmentos evangélicos produz efeitos na relação dos alunos religiosos com os saberes escolares. As teorias de Fernández Enguita (1989) e de Apple e King (1983) permitiram compreender a educação como campo de disputa, por grupos sociais, em busca de poder. Com a contribuição de Apple (2003), compreendeu-se os interesses dos grupos dominantes envolvidos nessa disputa e o alinhamento entre eles formando uma direita política, com destaque para o grupo dos religiosos evangélicos. Através da análise dos livros e manuais destinados à liderança religiosa, constatou-se a busca de uma transformação cultural pelo segmento evangélico. O levantamento das Igrejas Evangélicas no Município de Catanduva ? São Paulo mostrou a consolidação da expansão evangélica também no interior. A observação dos professores da educação básica de escolas públicas, revelou evidências que corroboram a nossa hipótese, de que a cultura religiosa evangélica estaria promovendo conflitos nas relações escolares e a negação do conhecimento escolar e do pensamento crítico. Apple (2002) e Vasconcellos (2009) ampararam a conclusão de que ignorar a existência da cosmovisão religiosa compondo a realidade escolar é não compreender todos os elementos que compõem o currículo, prejudicando a formação dos alunos.