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Apocalipse Ou História?

Apocalipse Ou História?

Sinopse

Se hoje o Apocalipse nos parece de difícil leitura, isso se deve apenas à nossa distância cultural e histórica dos eventos ali relatados, uma vez que o livro remete a fatos ocorridos nas últimas décadas do século I. Era por isso mesmo, também, que sua interpretação não era difícil para os cristãos da época, ou mesmo para os judeus e pagãos que porventura o lessem. Partindo dessas premissas, defendo aqui, neste ensaio, a hipótese de que o livro do Apocalipse não deve ser interpretado simplesmente como profecia de um Juízo Final a se cumprir séculos depois de ter sido escrito, mas como um retrato alegórico da situação histórica testemunhada por seu autor. O Apóstolo João, que se presume tradicionalmente ser o autor das Revelações retrata-a obedecendo a parâmetros simbólicos bem familiares, ainda, a cristãos de origem judaica, que se sentiam ainda ligados à sua antiga religião. Nossa proposta, repetimos, é apenas a de demonstrar até que ponto o texto retrata a situação vivenciada pelos cristãos da Ásia no momento histórico em que ele foi escrito. Esperava-se então, para breve, o fim daquele estado de coisas — e, por conseguinte, o fim do próprio Império Romano. Devemos ter em mente que, se o Livro das Revelações foi escrito como um livro de profecias tratava-se então de profecias que se esperava verem realizadas em um curto espaço de tempo. As catástrofes nele descritas — fome, terremotos, guerras, pestes, etc. — em verdade já estavam acontecendo, ou mesmo já tinham acontecido quando o livro foi escrito, e são apresentadas como punições pelos pecados dos imperadores romanos e de seus súditos pagãos, que os adoravam como deuses. Daí que hoje possamos lê-lo como um livro de História. Esclaremos que não se pretende questionar aqui que o apóstolo tivesse recebido quaisquer revelações espirituais sobre o futuro da Igreja. O objetivo deste estudo é demonstrar que tais "revelações" não remetiam apenas, necessariamente, a um futuro distante, mas que recapitulavam as tribulações recentemente sofridas pelos primeiros cristãos, e os advertiam a respeito daquelas que ainda, provavelmente, viriam a alcançá-los, e as recompensas que receberiam no plano espiritual por sua perseverança na fé.