O livro "Apenas um carpinteiro" não propõe uma antítese do best-seller "Mais Que um Carpinteiro" de Josh McDowell. Diferente do "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes, não há alusão à intransigência da Igreja. Também não se trata de um livro místico com critica ou defesa a religiões quaisquer. É um conto que relata o desespero de um cidadão comum que é confundido com Cristo em decorrência de alguns episódios e coincidências que acontecem na sua vida. A ocorrência de alguns pseudo-milagres, semelhantes aos milagres de Jesus, é suficiente para deixar a comunidade convicta que ele é o próprio Messias que voltou. Porém, tanto ele como a comunidade, não percebem que se trata de uma armação. Sua luta para provar que não é o Cristo encontra resistência na ação fraudulenta de dois homens que tiram proveito da situação para ganhar dinheiro. Daí seu desespero, por ver o sofrimento das pessoas ávidas por milagres e não poder atendê-las, aliada a sua revolta de ser confundido com alguém que ele não é. Por outro lado, seus ricos diálogos com um padre e um pastor, que se aliam nessa causa, encontram uma possibilidade de respeito e admiração entre pessoas que pensam diferente. Eles falam sobre valores cristãos, a problemática da fé popular, a ganância de pessoas inescrupulosas que se aproveitam da credulidade das massas e outros assuntos que estão bem presentes nas conversas do povo do nosso Brasil. •