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Anti-arte

Anti-arte

Sinopse

Anti-arte? Como assim? Numa perspectiva ampla, ilustrar é "iluminar alguma coisa." Desde Gutemberg, essa alguma coisa é um livro e a reprodutibilidade desse livro tinha sido garantida através dos tipos móveis criados pelo artista gráfico alemão. Capturar a "essência" de algo não é a questão. A questão é: a poeticidade das ilustrações não significa nada sem um texto que as complete. Podemos falar do lugar da ilustração em pesquisas acadêmicas e podemos falar sobre o lugar ontológico da ilustração. Felizmente ou infelizmente, tudo o que podemos tocar, ver, cheirar e outras das capacidades cognitivas humanas (falando sobre linguagem específica) tem um discurso por trás, tem um texto por trás. Contudo, a ilustração "em si mesma" não necessita disso. O tema é vasto e não se esgota; podemos dizer que a ilustração necessita de um texto para funcionar, mas ela tem suas próprias questões; por exemplo: a ilustração pode ser narrativa, informativa e... publicitária. Embora eu não esteja fazendo arte panfletária; minha arte é um tipo de "propaganda libertária" se isso existe ou existia. Não obstante, eu não estou atrelado a nenhuma corrente da assim chamada linha anarquista ou da corrente ortodoxa socialista e não, não estou atrelado a nenhuma corrente direitista ou centralista. Eu sou um artista visual e minha arte (ou anti-arte) é neoísta, individualista, neodadaísta ou qualquer coisa que você queira chamar, nada mais e nada menos. Interferências em pseudo-ready-mades, mídias alternativas em pinturas digitais e poemas temáticos compõe o livro que visa estabelecer diálogo entre as diversas esferas anti-artísticas do neoísmo. Os limites entre ilustração, design gráfico e arte conceitual são estreitos quando levamos em conta que, na atualidade, a arte contemporânea chegou a um ponto sem saída, sem futuro. As obras apresentadas neste livro correspondem às séries que intitulei Materialidades e Vermelho Célere. Representam minha produção artística do anos de 2008 e 2009 nessa linha conceitual.