Ano Novo, Velhos Costumes é uma travessia pela alma do povo brasileiro — um espelho partido onde se refletem fé, fome, resistência e esperança. Do canto cansado do galo à marcha dos operários, Jorge Menezes constrói um romance em capítulos que se entrelaçam como memórias de um país teimosamente em busca de recomeço. Entre o menino do espelho trincado, o pregador do mercado, a mulher do pão dividido e o operário que sonha com justiça, o autor tece uma epopeia humana que vai do quintal pobre à praça das greves, da capela à fábrica, da vila à nação. Cada capítulo é um retrato poético e social — uma crônica de fé e desencanto, onde o tempo é personagem e o povo, protagonista. Com lirismo cortante e linguagem popular elevada à grande literatura, o romance é um manifesto contra a indiferença e uma prece pela humanidade. No fim, resta a certeza de que o calendário muda, mas o homem ainda precisa aprender a nascer de novo.