Hoje de manhã, as roupas se jogaram na máquina e as recolhi secas de centrifugada depressão; as louças pularam na pia e massageei-as com sabão; a torneira fez xixi sobre elas; o sol não apareceu na janela e veio um vento frio para gelar o dia a chuva caiu e nenhum pingo caiu em mim, porque não saí do teto. Não almocei, porque meu estômago estava com preguiça; tomei um café com pão e linguiça. Faz três semanas que Sarita* não toma banho. * Sarita é uma pet. Se aparecer um dinossauro na sua sala, pergunte o nome. Se ele responder que é Dino da Silva Sauro, não se preocupe, pois é apenas um desenho animado. Para não morrer de tédio, nesta quarentena, juntei uns poemas mais gostados e compilei nesse livro de bolso, para agradar dinossauros... Não apaguei as luzes antes de dormir. Eles têm medo do escuro. Se adotar um em casa, é bom saber lidar. Não deixe seu dinossauro conversar com estranhos, na rua. Se o levar na moto, faça-o usar capacete e coloque uma bandeira no rabo. Os dinossauros são daltônicos. Oriente o para não atravessarem no vermelho. Não esqueça de levar seu dinossauro para vacina, banho e brilho. Leve seu dinossauro à academia de letras para o ambientar com os futuros colegas. Saber lidar ou não com dinossauros é importante, mas, se achar um dinossauro pequeno, não mande embora, mesmo que, ao crescer vá incomodar muito. Faça dele um bonsai. Da mesma forma, Nunca deixe o poeta crescer do tamanho de um dicionário, porque igual ao dinossauro, vai incomodar muito. leia os livros de bolso, como este. Foi um bonsai que fiz para você.