Esta obra é uma adaptação da minha dissertação de mestrado em filosofia e tem a proposta de ser mais degustável, escrito em primeira pessoa de forma a se tornar mais agradável à leitura, sem as amarras que determinam como se deve escrever um texto acadêmico. Aqui terei a liberdade de viajar pelos conceitos e apresentá-los de uma forma mais próxima do leitor. Como sou um professor que procura aproximar a filosofia dos alunos de uma forma bem eclética e divertida, aqui procurarei manter essa estratégia. Veremos se terei sucesso. Irei apresentar um produto educacional desenvolvido com estudantes da segunda série do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Silva Mello, localizada na cidade de Guarapari, localizada no Estado do Espírito Santo, no Brasil, que nasceu das análises práticas do dia a dia da sala de aula, onde observei um grande número de estudantes nas idades de 14 a 17 anos com tendências à auto-mutilação e ao suicídio, levados pelas angústias e desesperos que sofriam. Ao abordar os conceitos de absurdo, tédio, angústia, desespero e suicídio, o interesse dos alunos mostrava-se intenso. Escolhi trabalhar o conceito de angústia do filósofo e teólogo dinamarquês Kierkegaard. O problema investigado foi a possibilidade de apropriação do conceito de angústia segundo Kierkegaard por meio das representações artísticas como proposta para o ensino de filosofia, tendo essa estratégia de ensino como objetivo principal, observando e registrando se os estudantes demonstraram o aprendizado do conceito de forma efetiva, bem como para verificar se essa estratégia poderia servir de instrumento de catarse das suas angústias, considerando que já havia ocorrido essa experiência de interdisciplinaridade com a professora de educação artística da escola. Ao final do projeto constatei que a escolha foi muito feliz no propósito de apresentar a arte como via de escape das angústias existenciais. Acredito fortemente que consegui atingir os objetivos propostos, que foram introduzir o conceito de angústia, sob a perspectiva de Kierkegaard, por meio das representações artísticas; atender às exigências do currículo no que tange ao produto educacional sugerido; promover a inclusão através da arte e estabelecer um vínculo entre as produções artísticas e o ensino de filosofia. Por fim, essa obra pretende discutir a angústia na adolescência e oferecer alternativas de trabalhar esse sentimento com os alunos, tanto do ensino médio, quanto do fundamental, com a utilização da arte da autonomia e protagonismo dos estudantes. Boa leitura e que seja uma ferramenta importante para qualquer professor que desejar afetar o mundo de seus alunos de forma intensa e positiva.