Os problemas filosóficos tradicionalmente se apresentam na forma de dicotomias: há livre arbítrio ou tudo é determinado? Deus existe ou tudo é permitido? Há algo certo ou nada é provável?
Segundo essa concepção, a principal tarefa filosófica é encontrar a resposta correta para essas perguntas por meio de argumentos teóricos e abstratos. Para Robert J. Fogelin, essa é a maneira errada de filosofar. Tais perguntas se colocam somente quando nos distanciamos dos problemas reais enfrentados na vida. Uma das intenções de Fogelin é substituir essa concepção tradicional da filosofia por outra em que a filosofia está mais próxima da vida cotidiana. Em vez de aceitar os problemas filosóficos como legítimos, Fogelin pretende livrar-se deles, denunciando seus pressupostos questionáveis. Antes de tentarmos encontrar respostas, devemos nos perguntar qual é a fonte dessas perguntas. Além disso, se tentarmos respondê-las, seguem-se dificuldades insuperáveis, de modo que se torna difícil, se não impossível, livrar-nos das inquietações profundas que elas nos causam. É preciso, pois, uma concepção de razão que não leve aos paradoxos, ao relativismo, nem a um ceticismo que destrói a própria atividade racional. Fogelin defende uma concepção moderada da razão, imersa no nosso dia-a-dia, que evita essas consequências desastrosas e as inquietações perturbadoras da filosofia tradicional.