Essa obra poética retrata as mazelas da dor, do sofrimento, do purgar, presas no âmago do autor, ameaçando sua própria existência numa experiência catártica. Mesmo sendo fundido por seus traumas, o autor plasma suas experiências dentro da estrutura poética, desvelando-se em sua própria contradição para justificar o amargor cotidiano. O presente livro se mostra como descritor, qualificador, topográfico da dor e do sofrimento, em uma tentativa de compartilhar com o leitor profundidades efêmeras contidas no inconsciente coletivo. Ler esta obra pode trazer medo, angústia, agonia e talvez até mesmo se faça de uma experiência traumática; mas não se assuste, leitor, siga até o fim, a leitura brota como expressão do interior, logo a escrita é vômito da miséria, entende-se que o autor comeu um pano de chão embebido por urina e fezes. Não entenda tudo isso como ruim, pois a estrutura do sofrimento é bela, artística, estilística como as plumas de um pavão. Olhe com firmeza, olhe com clareza e verá o amor contido na própria dor.