A gênese da ação direta e a sua relação com o anarquismo são os temas principais desta obra. Aqui, o autor busca ampliar a compreensão do campo político utilizando o modelo da guerra proposto por Michel Foucault em seus escritos sobre a governamentalidade, com o objetivo de apreender a ação direta como ação política diferente da concepção liberal.
Autores, teóricos e militantes do anarquismo, como Proudhon, Bakunin, Malatesta, Pelloutier e outros, foram referências na pesquisa para reconstituir a teia de significados, relações, referentes e ressonâncias da ação direta dentro do movimento social e operário e, particularmente, no sindicalismo revolucionário e no movimento anarquista.
O autor analisou historicamente os escritos de Malatesta, que caracterizam o anarquismo como uma organização política que rejeita certos tipos de autoridade, fazendo um uso ético da violência.
A sua pesquisa permitiu considerar a ação direta como uma estratégia ético-política, que se utiliza tanto da violência quanto da persuasão através da "pedagogia revolucionária", da "propaganda pela ação", das greves, dos boicotes, das sabotagens, enfim, das revoltas em que os dois polos de dispositivos políticos (violência e persuasão) se relacionam entre si.
Assim, o estudo da ação direta empreendido por Adonile A. Guimarães possibilita a compreensão do campo político para além dos parâmetros da democracia liberal e abre para novas formas de se fazer e compreender a política na modernidade.