À primeira vista, a analogia é um tema que aparece só marginalmente nas reflexões filosóficas de Kant, o que explica em parte a pouca atenção que tem merecido na literatura sobre o autor. Inicialmente introduzida como complemento à dialética transcendental, ou seja, como atenuação das consequências destrutivas da metafísica que essa parte da filosofia crítica kantiana acarreta, a analogia ganha um lugar significativo no tratamento crítico de campos não diretamente dominados pela filosofia transcendental da Crítica da Razão Pura (1781). Sua importância progressiva levou Kant a lhe dar mais atenção já nos Prolegômenos a Toda Metafísica Futura (1783), mas sobretudo na Crítica da Faculdade do Juízo (1790), na qual ela cumpre papel decisivo.
A par de uma exposição do contexto histórico e da concepção kantiana do emprego de analogias, o presente livro trata ainda de sua aplicação nos campos da filosofia da história, da filosofia da biologia, da filosofia da religião e da estética, argumentando que não é possível dar conta da contribuição de Kant nesses campos sem compreender sua teoria dos procedimentos analógicos.