Esse livro analisa a construção da identidade e da alteridade no Sistema Educacional Haitiano. Apresenta as contribuições e limites da educação no processo de construção da identidade e da alteridade. Analisa como a questão da identidade está colocada no Haiti, especialmente na escola. No entanto, não se destina a destacar os confrontos e lutas de poder dentro do sistema econômico e político, mas os fatos de mentalidade, as práticas cotidianas. Pois a questão da identidade, a questão do Outro, a questão da cor é eminentemente um problema no privado e no público, no âmbito das instituições e dentro das famílias, nos bancos e nas escolas, no corpo, no imaginário e nos recessos mais secretos do inconsciente. Para perceber isso, o conceito de identidade / alteridade, com todo o seu potencial de ocultação-designação das contradições sociais, apareceu-me mais proveitoso do que a cultura colorista "global e partilhada", que ignora não só as mudanças e reproduções possíveis de acordo com as classes e grupos sociais, mas sobretudo a interação dinâmica entre eles. Hoje, o contexto político mudou, no entanto, a questão da identidade fica como uma questão social crucial. Não perdeu nada de suas raízes sociais. A linguagem permanece também ainda largamente impregnada disso. Esse livro joga uma luz sobre a base do conflito existente e o problema da questão do Outro no país.