O material do poeta lírico é a sua própria vida. Na Grécia do séc. V a.C., era uma novidade alguém usar sua própria subjetividade como prática literária, como inspiração. Hoje não é mais. Nossa subjetividade é comum desde o Romantismo, se não antes. Falamos o que sentimos. Sonhamos porque sonhamos. Choramos porque choramos. A nossa voz é nossa e pronto. Simples assim. Não somos, portanto, muito diferentes dos nossos ancestrais em sentir dor, angústia e medo e em acreditar que nossa própria expressão literária seja capaz de transmitir tudo o que somos ou, pelo menos, certos momentos que vivemos.