Um sol de alta potência ilumina o deserto que nasce na Amazônia todos os dias. Sua eternidade é complicada. Não se chora no deserto. Não se chora diante das árvores destruídas pelas queimadas. Não se chora mais pelos que foram assassinados defendendo a grande floresta. Deles, a história é página virada. Deles, a memória esqueceu. Você se lança nesse deserto desarmado. Seu olhar vê apenas um horizonte inóspito, abandonado, esperando pelos rebanhos de gado que um dia chegarão para abastecer futuros mercados internacionais. A soja ocupará o lugar por um tempo determinado. Lá, sua alma perdeu parte do sentido de existir, com o simples passar do tempo. Lá, as horas desapareceram. Meu Deus! O que fizeram de você? Por que abandonou? Provocar sua ira para que a vida seja interrompida por pedaços! Traços de sonhos. Dissolução da beleza, metamorfose da memória embrulhada em sofrimento."...