Seria o amor matéria de ensinamento? Elza acredita que sim, e essa é sua função quando chega à casa da família Sousa Costa. Uma história de amadurecimento marcada por tabus e contrastes, Amar, verbo intransitivo é publicado pela primeira vez na Antofágica pela Nano, nossa coleção de bolso.
São Paulo, década de 1920: em meio ao frenesi motivado pela industrialização e por ideais relacionados à modernidade, o patriarca de uma abastada família contrata uma mulher para conduzir o filho mais velho em sua iniciação amorosa. A experiência, constantemente tratada sob o ponto de vista prático tanto pelo pai quanto pela professora, assume ares transformadores ao pôr em xeque dilemas morais, desejos recalcados e segredos bem-escondidos da burguesia paulistana da época.
Tecida entre o romance de formação e o idílio, a narrativa acompanha uma transformação menos convencional da adolescência para o início da vida adulta, e, nesse percurso, expõe um polêmico rito de passagem, aliando crítica social a um olhar aguçado sobre a identidade brasileira. Em Amar, verbo intransitivo, Mário de Andrade coloca em prática pela primeira vez em um romance o lirismo coloquial que, um ano depois, seria marca de Macunaíma.
Ao fazer a leitura do QR Code nas páginas finais, o leitor ganha acesso aos textos extras da edição. Na apresentação, Bruno Alvarenga, pesquisador e doutor em Letras pela UFMG, traça um panorama geral da obra. Além disso, a editora também disponibiliza dois documentos de autoria de Mário de Andrade que enriquecem a experiência de leitura e fornecem reflexões sobre os objetivos do autor e da recepção da obra à época de sua primeira publicação.