Este livro propõe analisar a produção de estigma em alunos negros e com deficiência no espaço escolar. A pesquisa aqui desenvolvida e apresentada se apoia em teorias que abarcam aspectos históricos acerca das relações sociais estabelecidas a respeito da população negra e das pessoas com deficiência no Brasil, principalmente acerca do enfrentamento diário do racismo e do capacitismo. Constrói-se, ainda, a partir do resgate histórico de movimentos sociais e de marcos legais e normativos referentes ao tema, dando ênfase aos avanços a respeito das possibilidades de acesso e permanência de ambos os recortes populacionais no sistema educacional brasileiro.
No decorrer do livro, desenvolve-se também o conceito de estigma com fundamento em Goffman (1988) e, a partir dele, o conceito de duplo estigma, que é entendido como uma possibilidade de exclusão social ainda maior na vida do público focalizado por esta pesquisa. Os dados aqui levantados provêm de entrevistas semiestruturadas, cartografadas a partir da micropolítica dos encontros, que destacam as vozes de docentes e gestoras educacionais sobre o tema da pesquisa.