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Alfabetização de Adultos

Alfabetização de Adultos

Sinopse

O analfabetismo, em um contexto pós-industrial, pós-tradicional, midiático e pluralizado, há muito deixou de ter um significado atrelado à mera questão de possuir ou não o conhecimento de letras ou números, de saber reconhecer sinais gráficos ou interpretar textos. No novo contexto, o analfabetismo passa a ter um sentido ontológico, com poder de interferir em todos os aspectos da vida de uma pessoa. Falar, portanto, de analfabetismo em pleno século XXI, quando chegamos ao momento da história em que acreditamos ter alcançado o ápice da civilização e da tecnologia, talvez pareça falar de algo como qualquer coisa fora do contexto, quase beirando o caos e a barbárie. No mínimo, isso tem provocado um complexo de culpabilização: se a humanidade já conheceu a escrita há cerca de cinco mil anos, como então admitir a possibilidade de alguém, nos dias de hoje, ainda não a conhecer? No contexto, portanto, de um mundo alfabetizado, o não alfabetizado é definido como o sujeito que chega sempre como o último da fila, além de ter de arcar com a acusação de "não se ter empenhado o suficiente". Nesse sentido, o desafio principal desse trabalho é encontrar aquele "momento estético", quando o sujeito não alfabetizado se encontra, pela primeira vez, com a leitura e quando consegue, pela primeira vez, reconhecer a própria identidade na assinatura que ele mesmo foi capaz de escrever e ler.