Com base na correspondência pessoal de Albert Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela em Albert Camus: uma vida toda a complexidade de um escritor charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro.
Em 4 de janeiro de 1960, voltando para Paris depois de um feriado, Albert Camus morre em um acidente de carro. "Uma morte imbecil", como ele costumava dizer a respeito de fatalidades em acidentes automobilísticos. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1957, aos 43 anos, Camus foi um herói da Resistência, um defensor dos árabes muçulmanos de sua Argélia natal, um comunista que lutava contra o stalinismo e um dos principais líderes de sua geração de escritores, com uma obra construída em torno do absurdo e da revolta.
Nascido no ano de 1913 em uma fazenda perto de Mondovi, na Argélia, Camus não poderia ter uma origem mais proletária. Durante a juventude, filiou-se ao Partido Comunista. Encontrando no jornalismo a "profissão superior", Camus começou a escrever para o periódico liberal Alger Républicain, ao mesmo tempo que produzia peças para o centro de cultura da Argélia. Foram essas campanhas políticas para denunciar a miséria dos muçulmanos que o obrigaram a abandonar seu país natal, onde não conseguia mais trabalho, e a se exilar em 1940 em Paris, onde produziu suas principais obras.
Na França, além da publicação de seus aclamados romances O mito de Sísifo e O estrangeiro, Camus aproximou-se de Sartre, e os dois, com Simone de Beauvoir, tornaram-se inseparáveis. Colaborador e incentivador do jornal clandestino Combat, um marco da história da imprensa francesa, Camus se estabeleceu como uma celebridade em Paris ao fim da Segunda Guerra Mundial: romancista com boas vendas, filósofo, editor de um importante jornal e personagem polêmico que recusa a Legião de Honra e um convite para ingressar na Académie Française. Em 1951, afastado do Partido Comunista e brigado com Sartre e com os intelectuais franceses de esquerda, publicou O homem revoltado, e, cinco anos depois, A queda, com o qual deu sinais de desilusão, isolamento e solidão.
Com base na correspondência pessoal de Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela toda a complexidade de um escritor charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro. O biógrafo contrapõe a vida de Camus a momentos históricos, como a ocupação francesa do norte da África, e ao ambiente da Paris literária do pós-guerra. Ele avalia o sucesso de Camus e sua vida privada conturbada, com uma atração compulsiva por mulheres, a luta contra uma tuberculose debilitante e as polêmicas intelectuais em defesa de suas posições políticas.
"A monumental biografia de Olivier Todd é uma defesa imparcial, mas poderosa, da reputação política e humana de Camus." – The Sunday Times
"Um dos méritos do livro de Olivier Todd é esclarecer o quanto um autor pode estar próximo de sua obra, mesmo no dia a dia, a tal ponto que a célebre sinceridade de Camus nos parece hoje assustadora." – Lire