Ainda Dá Para Sonhar — Mesmo Depois de Cair da Prancha não é um livro sobre vencer. É um livro sobre continuar. Manuel Carlos escreve a partir do lugar onde a maioria das histórias termina: quando já não há entusiasmo, quando o corpo pesa, quando os sonhos parecem desfasados da idade, da rotina e das contas para pagar. Aqui não há fórmulas mágicas nem discursos motivacionais. Há dias normais. Há quedas. Há silêncio. E há a decisão — repetida, imperfeita — de não parar completamente. Entre o Zé Calhau, que continua apesar do corpo falhar, o Jorge, que não acredita em milagres mas acredita em correções feitas a tempo, e o improvável Crocodilo Surfista, que se atira à água mesmo sabendo que vai cair, o autor constrói uma narrativa profundamente humana sobre mudança real: lenta, invisível e sem aplausos. Este não é um livro para quem procura atalhos. É para quem já tentou, falhou, adiou… e mesmo assim sente que ainda não acabou. Com humor discreto, lucidez desconfortável e uma honestidade rara, Ainda Dá Para Sonhar fala de peso — físico e emocional —, de rotina, de medo, de persistência e de sonhos que não desaparecem… apenas esperam que alguém volte a entrar na água. Porque cair da prancha é inevitável. Ficar para sempre na areia é que é opcional.