De longe, Isabella parecia levar uma vida invejável: bonita e nascida em uma família rica, ela tinha pais, irmãos e avós a quem amava, além de acesso a tudo que o dinheiro pode comprar. Para completar o conto de fadas, seu pai era um empresário charmoso e bem-sucedido, que circulava entre celebridades do Brasil e do exterior e aparecia na lista dos dez homens mais elegantes do mundo. Dentro de casa, entretanto, uma dura realidade: desde pequena, Isabella lidava com um pai emocionalmente instável e viciado em drogas. Em Agora é viver, a autora conta sua história e descreve a batalha diária para se manter saudável e equilibrada.
Filha de João Flávio Lemos de Moraes, herdeiro de um conglomerado que incluía empresas como a Supergasbras, Isabella percebia desde criança que algo não ia bem em sua casa. Na adolescência, a revelação chocante: o pai era viciado em cocaína e crack. Junto com a mãe, os avós paternos e os irmãos, a autora se viu presa na teia da codependência – de uma maneira ou de outra, todos se anulavam para ficar em função de João Flávio. Isolada em seu sofrimento, Isabella estava em um beco sem saída.
Emocional e psicologicamente abalada, Isabella desenvolveu distúrbios como anorexia e bulimia, além de mergulhar fundo na depressão e no pânico. Anos antes de conseguir a ajuda de um psiquiatra, ela encontrou uma tábua de salvação diferente: o livro da atriz norte-americana Drew Barrymore, no qual a estrela revela uma infância marcada pela solidão e pelo abuso de álcool e drogas. A partir da identificação com o drama de Drew, Isabella pôde começar a compreender seus problemas e teve a ideia de, um dia, contar seu drama pessoal em um livro, de forma a ajudar outras pessoas que passassem por situação semelhante.
Agora é viver não é uma história para fazer sensacionalismo ou despertar a piedade das pessoas, mas sim um testemunho tocante de superação.